Durante anos, convivemos com uma situação atípica no Brasil: juros altos, risco zero e liquidez imediata. É o que Hudson Bessa, sócio da HB Escola de Negócios, chama de “tríade perfeita”. Com as taxas de juros nos níveis mais baixos da história, o cenário mudou. É preciso aceitar mais risco para obter maior remuneração. Ou reduzir liquidez. Ou os dois. Entretanto, mesmo nesse “novo mundo”, algumas velhas práticas do mercado financeiro continuam.
“Diante de clientes aflitos por retornos maiores, mas sem muita disposição em assumir riscos mais altos, persiste a abordagem de empurrar produtos”, escreve Hudson Bessa em artigo no Valor Investe. Dessa forma, são oferecidas alternativas sem as devidas explicações acerca das particularidades de cada produto. Opções diversas são colocadas no mesmo saco. Crédito privado sem marcação a mercado, fundos imobiliários e títulos públicos longos… Os mais variados produtos etiquetados somente com as rentabilidades do último ano.
Para Hudson Bessa, é necessário entender os objetivos de cada cliente, partindo de um suitability bem feito, e explicar sobre as alternativas para tentar alcançá-los. “Falar de produtos de investimento sem seguir esse caminho é como traçar roteiro de viagem sem saber se a pessoa quer ir para praia ou montanha.”