Por que o mercado de fundos ETFs no Brasil ainda tem muito a crescer

Os fundos ETFs (Exchange Traded Funds) ou fundos de índices representam, ainda, uma pequena parte da indústria de fundos brasileira. Os ETFs hoje são pouco conhecidos pelo investidor brasileiro, mas devem ganhar importância, acompanhando uma fenômeno que já ocorreu em vários países desenvolvidos.

O que são os fundos ETFs

Os fundos ETFs são fundos que seguem determinados índices. Por exemplo, há aqueles que seguem o Ibovespa e o IbrX. Na prática, são fundos que formam uma carteira com os ativos de renda variável ou renda fixa que compõem um certo índice com o objetivo de replicar o seu retorno.

Os fundos ETFs podem ser negociados no mercado primário ou secundário. No mercado primário, os investidores podem executar as operações diretamente com o administrador do fundo, intermediado pelo agente autorizado. Esse meio é utilizado principalmente por investidores institucionais.

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No mercado secundário, o fundo é acessado por negociação na Bolsa (B3). Esse é o meio mais utilizado por investidores pessoa física. No site da B3, há a lista dos ETFs listados.

 

Fonte: ANBIMA

Como observado no gráfico acima, em agosto de 2019, o mercado de ETFs era representado por 18 fundos, somando R$ 24.753 milhões de reais. Desse total, 16 eram de renda variável e 2, de renda fixa.

Considerado ainda um mercado pequeno e incipiente, o mercado de ETFs apresentou um crescimento médio de 31,5% nos últimos 10 anos, puxado pelo aumento a partir de 2017.

O mercado de ETFs no Brasil e no mundo

O primeiro fundo brasileiro de ETF foi lançado em 2004 por iniciativa do BNDES. Ele tinha como objetivo replicar o índice Ibr-X 50. Após 15 anos, ainda é bem baixa a participação da modalidade na indústria de fundos no país. No 1° trimestre deste ano, os fundos ETFs representaram apenas 0,3% de participação na indústria de fundos brasileira.

Fonte: IIFA – The Internacional Investment Funds Association

 

No exterior, há mercados onde a representatividade de ETFs na indústria de fundos é bastante superior, como observado no gráfico acima. Isso quer dizer que ainda existe muito espaço para o crescimento por aqui.

Os Estados Unidos têm o maior mercado de fundos ETFs no mundo, em termo financeiros (US$ 3,77 trilhões no 1° trimestre deste ano). Os fundos de ETFs representam 16,4% do total da indústria de fundos americana. O primeiro fundo de ETF americano foi criado em 1993 com o objetivo de replicar o índice S&P 500.

Mesmo quando comparamos com países que possuem um mercado de tamanho parecido com o nosso, o mercado brasileiro ainda apresenta um percentual irrisório. No Canadá, por exemplo, 10,1% da indústria é composto por fundos de ETFs. Aliás foi nesse país em que foi criado o primeiro ETF no mundo, em 1990.

Em termos percentuais, o Japão é onde os fundos ETFs têm maior representatividade, com 18,1% (US$ 1,86 trilhões).

Como mostram os números acima, ainda existe um caminho longo para que o mercado de ETFs brasileiro. Mas, sim, há muito espaço para o desenvolvimento desse tipo de produto. Um crescimento exponencial é esperado para os próximos anos, em linha com a continuidade do desenvolvimento desse mercado ao redor do mundo.

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