E se o robô de investimento erra

Ingrid Barth (Linker) fala no debate sobre o futuro do mercado de investimentos com o advento do robo advisor

Os robôs de investimentos são infalíveis? Essa foi uma das questões debatidas no evento O futuro do aconselhamento de investimentos promovido pela HB Escola de Negócios na Distrito Fintech, em São Paulo. Os participantes do bate-papo na semana passada rebateram a questão com uma constatação simples: os humanos também erram. Ou seja, a questão não é se o robô de investimento erra, mas, sim, o que fazer quando houver a falha.

Ingrid Barth (fundadora da Linker), Monica Saccarelli (fundadora da Diin), Augusto Mateus (sócio da CMS INVEST) e Felipe Sotto-Maior (CEO da Vérios Investimentos) falaram sobre como conviverão – e já convivem – “robo advisor” e “human advisor”.
Hudson Bessa, sócio da HB, mediou o evento.

Voltando à questão: e quando o robô de investimento erra, o que fazer? Torna-se, nesse ponto, imprescindível a interferência humana, principalmente no trato com o cliente.

A importância do cuidado com o cliente foi ressaltada. Esse fator é essencial para as empresas que focam no atendimento por meio de assessores e consultores. E igualmente fundamental para as fintechs, cujo diferencial é justamente a operação automatizada.

Augusto Mateus ressaltou que clientes satisfeitos é o que faz uma empresa crescer. Prova disso, segundo ele, é que a quase totalidade dos novos clientes da CMS chegando por indicação. “Hoje quase não precisamos ir em busca de novos clientes. O bom conhecimento profissional e a ética se revertem a nosso favor”, disse.

A necessidade das relações pautadas pela ética, mesmo que as questões técnicas estejam automatizadas por robôs, foi também ressaltada por Ingrid Barth. Ela afirmou como os soft skills são importantes para quem busca emprego no mercado financeiro. E são tanto ou mais essenciais do que os hard skills (saber programar, por exemplo).

>> O que as empresas – fintechs ou não – buscam nos profissionais para trabalhar no mercado financeiro

Os robôs de investimento e o conflito de interesse

Quando se fala em algoritmos tomando decisões de investimento, pode se pensar que elas sejam sempre imparciais. Entretanto, os algoritmos são modelados por pessoas. “O robô não está livre de conflito de interesse. Mas como você mitiga isso?”, indaga Felipe Sotto-Maior. “Com o bônus de que tudo é documentado. O robô aumenta transparência e rastreabilidade.” Ou seja, em caso de auditoria, é mais simples detectar equívocos e até más condutas.

“No fim do dia, tem sempre um humano programando o robô”, diz Hudson Bessa.

O debate O futuro do aconselhamento de investimentos: como conviverão robo advisor e human advisor foi realizado pela HB Escola de Negócios, com apoio de ABAAI, ABFintechs e Distrito.

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