O problema está nos juros ou na agenda econômica?

Coluna do Valor Investe

Nos últimos dias, talvez desde que tomou posse, o Presidente Lula tem reclamado do tamanho da taxa de juros brasileira. Dia sim, e outro também, ele aponta o dedo para o Banco Central e se queixa de que a taxa de juros está inexplicavelmente alta, e que nada justificaria esse fato a não ser a sanha dos rentistas.

Outro ponto sempre abordado nestas horas é a independência, ou a autonomia do Banco Central. Em seu discurso ele insiste que em seus dois governos anteriores o BC gozava de autonomia operacional, o que permitia a instituição operar de forma autônoma, ou seja, que não seria necessário ter promovido a formalização da independência. Argumento que parece meio incoerente, pois se nada seria diferente, melhor transcrever na legislação. Aliás, o tom beligerante das declarações do Presidente parece indicar inconformismo com a situação e entrega certa disposição em mexer na política monetária.

As taxas de juros não têm vida própria. Elas estão onde estão, no Brasil e no mundo, por condições econômicas que se impuseram e levaram ao seu aumento. Elevar a taxa de juros não é um movimento desejado ou corriqueiro, é apenas necessário.
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