A taxa básica de juros está presente em todas as nossas decisões

Coluna Valor Investe

No artigo do Valor Investe desta semana falo sobre os cuidados que o investidor deve tomar para evitar o excesso de otimismo que pode estar embutido em algumas estimativas para o próximo ano.

Segue uma amostra.

Nos últimos meses, impulsionado por boas notícias, tais como arcabouço fiscal e a reforma tributária (finalmente aprovada) e pela redução consistente da taxa Selic, os ativos de risco vem recuperando terreno.

Para 2024, as estimativas coletadas no relatório Focus indicam que o ano deve terminar com inflação próxima de 4% e a Selic em 9%, uma taxa real de juros em torno de 5%, ainda alta, próxima ao patamar histórico. Muito pode acontecer, e os economistas têm errado bastante, porém frente a expectativa de que juros americanos recuem paulatinamente, mas permaneçam acima do usual, não se pode esperar muito em termos de juros reais.

Nesta época de festas e virada de ano costumamos fazer balanços, fazer planos para o ano seguinte e rever outros de longo prazo. Para nos ajudar, ou nos confundir, os jornais e a internet estão cheios de especialistas divulgando suas projeções para a economia e principais índices do mercado financeiro.

A redução da taxa básica de juros, claramente, enseja boas perspectivas para os mercados de risco, mas é preciso as consumir com parcimônia. Um patamar de 5% de juros reais ainda é alto e as incertezas geopolíticas ainda pairam no ar.

Quando fizer seu balanço evite sofrer com as perdas, o ano foi mais desafiador do que pode parecer aos olhos de hoje, quando o humor está bem melhor que há 12 meses.

Da mesma forma, não saia mexendo na sua alocação de recursos para tentar pegar as oportunidades que já passaram ou aquelas supostas barbadas para o próximo ano. No mínimo, tenha em mente que os desvios entre a realidade e as estimativas dos especialistas têm sido grandes.

Nunca esqueça que seus investimentos devem refletir seus planos de curto, médio e longo prazos e, portanto, só devem ser alterados quando estes mudarem ou quando existir a legítima convicção de que a realidade mudou em relação ao momento do planejamento inicial.

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