Coluna do Valor Investe
No artigo desta semana do Valor Investe escrevo sobre como o uso do conceito de ambiguidade parece ser mais adequado do que o de risco em momentos tão conturbados (e mais frequentes) como o que vivemos.
Segue fragmento.
Em momentos como o atual o conceito de ambiguidade parece ser mais apropriado que o de risco. Aliás, estes períodos conturbados devem se tornar mais comuns.
Assim como o risco, o conceito de ambiguidade nasce da incerteza sobre o futuro. Porém a distância entre ambos é grande.
A ambiguidade surge quando não conseguimos estimar alguma destas três variáveis: quando, probabilidade e tamanho do prejuízo
Aversão ao risco é a preferência por certeza sobre o risco, já aversão a ambiguidade se refere a não gostar de tomar decisões mediante informações incompletas ou inconsistentes.
Risco é um conceito que traz uma sensação de conforto para as decisões. Quando julgamos ter informações precisas, ou quase isso, sobre os prováveis resultados e suas probabilidades, afastamos a ambiguidade e isso facilita o processo decisório. Na época do cientificismo, risco seria um dos triunfos da ciência sobre a natureza.
Uma curiosidade, eventos que estejam para acontecer em uma data futura muito distante ou cuja materialização é complexa, resultados muito obscuros, perecem tornar as pessoas mais tolerantes quanto a incerteza.
No que se refere a economia e mercado financeiro, é visível que os ciclos econômicos estão mais curtos, que os eventos extemporâneos mais frequentes e que os modelos já não apresentam a mesma capacidade de explicação.
É bom começarmos a falar mais com os investidores sobre ambiguidade.