Quando até os gestores estão apanhando é melhor ficar na defesa e tentar preservar o capital

O mar não está para peixe!

 

 

No artigo desta semana no Valor Investe analiso os últimos seis meses do mercado e falo da deterioração que vimos nos últimos três.

 

 

A seguir um fragmento do artigo.

Tomando os últimos seis meses como ponto de observação sobre o ambiente econômico fica claro que a deterioração, além de profunda, é ligeira.

 

Em início de maio o IBOVESPA circundava os 117 mil pontos enquanto os juros futuros negociados nos contratos para janeiro de 2026 anotavam 8,3% a.a. Passados três meses o IBOVESPA havia subido um pouco e atingia 122 mil pontos e o DI para 2026 alcançava 9,0% a.a.

 

Mas algo aconteceu desde então, e outubro terminou com o IBOVESPA em 103 mil pontos e o DI futuro 2026 subiu às alturas de 12,3%. Estes números indicam que nos últimos três meses, e somente isso, a Bolsa derreteu 15 p.p. e os juros subiram quase 40 p.p. Não é pouca coisa, ainda mais quando se vê que estes indicadores estavam até bem-comportados no trimestre anterior.

 

A força e a rapidez com que o cenário brasileiro se transformou impressiona. Em apenas seis meses o mercado passou de borboleta para lagarta em uma metamorfose às avessas.

 

Um sinal claro deste arrebatamento pode ser visto pela rentabilidade média calculada pela ANBIMA para os fundos Multimercado Livres e Macro, as duas maiores categorias voltadas para investidores não profissionais, que ficaram em 1,72% a 2,39%, respectivamente, sequer atingiram o CDI do período. O mar não está para peixe, até os tubarões estão sofrendo.
No momento nosso adversário é a incerteza, a pouca capacidade de se prever o que virá pela frente. Nesta situação, em que temos pouca informação sobre o oponente, é preferível adotar a observação e ficar na defesa.

 

Neste sentido é melhor tentar, pelo menos, se proteger da inflação que corrói nosso poder de compra. Em um contexto em que até profissionais estão apanhando, buscar a preservação de capital e ser muito seletivo na aquisição de ativos de risco parece ser o mais prudente.

 

Com muita neblina e baixa visibilidade é melhor tirar o pé do acelerador e fazer uma viagem mais lenta, porém segura e com uma chance maior de chegar ao destino sem arranhões.

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