O sentimento de que há muita coisa malparada no mundo afeta nossa percepção de risco

Coluna do Valor Investe

 

Paul Slovic, professor de psicologia da Universidade de Oregon e presidente do Decision Research, em seu livro The Feeling of Risk, conta que certa vez ficou sem gasolina em uma autoestrada nos EUA e que então se viu na perigosa e desafiante missão de atravessá-la para poder encher um galão de gasolina no posto do outro lado. Foi nessa situação, segundo ele, que surgiu o insight de que para atravessar as pistas, algumas, ele não tinha a menor capacidade de fazer cálculos sobre distância e velocidade dos carros, a única coisa com que podia contar era com a percepção, o sentimento de “pelo que possa ver, vai dar pra atravessar”.

Este insight possibilitou um bom avanço em suas pesquisas sobre a dimensão emocional do risco, que se afasta, e muito, a da noção estatística de risco como probabilidade.

Eu não consigo quantificar o quanto o mundo está mais arriscado, mas meu sentimento é de que estes anos pós-covid são substancialmente mais incertos que a década anterior à pandemia.

Pensando em nossos investimentos, com as informações de hoje, tudo indica que os próximos anos tendem a ser demarcados por um patamar mais elevado das taxas de juros ao redor do planeta.

Elevação de risco em geral está associado a taxas de juros mais elevadas. Maior incerteza é sinônimo de os preços dos ativos estão mais propensos as flutuações e que as perdas tendem a ser mais frequentes. Nesta situação, a expectativa é de que as taxas de juros subam para evitar fuga de recursos para ativos reais, além de compensar o próprio risco.

Artigo do Valor Investe 

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