O rolo compressor do ESG

Coluna do Valor Investe

No artigo da semana passada escrevi sobre a carta de Larry Fink, CEO e Chairman da gestora BlackRock, dirigida a executivos das empresas nas quais investe, e intitulada “O poder do capitalismo”.

Algumas pessoas me escreveram para comentar que concordavam com o teor, mas que a BlackRock ainda estaria fazendo pouco, e que a carta poderia ser vista mais como um conjunto de intenções.

Entendo o ceticismo de alguns, mas penso que as grandes revoluções são um processo. A revolução industrial não aconteceu da noite para o dia, assim como a Revolução Francesa e como a chamada quarta revolução industrial. A internet das coisas está em plena caminhada, mas só realizaremos o que ela significa quando experimentarmos as primeiras grandes mudanças.

Observando por este prisma, é preciso entender que a função de gestor de recursos impõe o dever fiduciário, ou seja, como inexistem ainda empresas e ativos ESG disponíveis na quantidade necessária não é possível sacrificar os retornos das carteiras de investimento. Algo como, antes de caminhar na estrada, é preciso construí-la. É um processo.

Por outro lado, quando uma gestora de US$ 10 trilhões anuncia claramente ao mercado suas intenções, ela já está promovendo a mudança. Apenas para criar uma base de comparação, a indústria mundial de fundos de investimento abertos, segundo a International Investment Funds Association, é de US$ 73 trilhões. Fácil de perceber como a BlackRock pode pressionar o mercado.

A sociedade está mudando e cabe aos empresários compreender, reagir e agir para não perder o bonde.

(…)

Artigo do valor investe na íntegra

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