Está certo a Bolsa ter caído tanto se as empresas não mudaram?

Coluna do Valor Investe

No artigo do Valor Investe desta semana falo sobre valor, preço, versão a perda e especulação. Bastante coisa.

 

 

Outro dia um amigo me perguntou como a Bolsa pôde cair de 130 mil pontos para algo como 116 em tão poucos dias se as empresas são as mesmas? De leve ainda acusou os especuladores pela intensa volatilidade.
 

O valor das empresas pode até não mudar de um dia para o outro, mas a venda ou compra desenfreada de ações afeta o equilíbrio da demanda e da oferta e impacta os preços. Considerando a aversão a perda, basta o ambiente ficar mais turbulento e algumas notícias negativas pularem à nossa frente que o gatilho das vendas é acionado e os preços cedem.
 

Especuladores buscam ganhos e para isso operam acima de suas necessidades de proteção, dessa forma aumentam o número de negócios, criam liquidez no mercado e ajudam na formação dos preços dos ativos. Não deve ser confundido com manipulação que é crime e deve ser coibida. Por vezes acho que parece existir confusão entre estes termos.
Em relação à volatilidade, os últimos meses têm nos reservado um estoque que parece infindável de más notícias: ameaças reiteradas ao equilíbrio fiscal, inclusive patrocinadas pelo Governo, a PEC dos precatórios e seu calote implícito, inflação em disparada, crise hídrica, vacinação lenta e a variante delta à espreita, um Presidente da República que incita a população contra as instituições e um pleito em 2022 polarizado entre dois populistas de viés econômico intervencionista.
Acho que já é suficiente para explicar o tamanho da volatilidade.

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