Arcabouço fiscal deveria reduzir a incerteza, até agora não conseguiu

Coluna do Valor Investe

No último dia 30 de março o Ministério da Fazenda anunciou as bases do novo arcabouço fiscal, medida muito aguardada pelo mercado considerando o histórico de displicência fiscal dos últimos governos petistas.

Meus muitos anos de janela me ensinaram que há uma distância razoável entre planos e projetos de lei. Como diz o ditado, “o diabo mora nos detalhes”, e estes só aparecem nesta etapa.

O atual Governo foi eleito em uma eleição muito apertada, a menor margem desde a redemocratização, com muitos votos de eleitores que rejeitavam o anterior e apostavam, ou tinham esperança, na anunciada frente ampla.

Apesar desta promessa, sempre pairou a nuvem da desconfiança sobre terceiro mandato, o Lula 3, se seria mais próximo à sua primeira passagem pelo governo ou mais identificado com o da ex-presidente Dilma, marcado por indisciplina fiscal e uma política econômica que levou o Brasil a uma recessão nunca vista na história do País. A frase “gasto é vida”, atribuída a ex-mandatária, marcou seu governo e, como um fantasma, assombra os eleitores mais moderados que tornaram o Lula 3 possível.

Esse contexto ajuda a entender por que o novo arcabouço fiscal era tão aguardado, afinal este é o momento de transformar em compromisso o que era apenas uma promessa.

Deixe um comentário

× Contato via Whatsapp