No artigo do Valor Investe desta semanas discuto como o risco político esta dominando o ano de 2021.
Iniciamos o ano em torno dos 120 mil pontos. Em seu pior momento o IBOVESPA gravitou em torno dos 112 mil pontos. Este período sucede a demissão do presidente da Petrobrás e as ameaças de intervenção da política de preços.
Nos meses seguintes o clima desanuviou, o BC iniciou o processo elevação da taxa básica de juros como resposta às pressões inflacionárias. A mesma inflação foi percebida, por alguns analistas, como um fator positivo que viria a criar espaço no orçamento público, e teria o condão de melhorar a relação dívida pública/PIB. Esta tese não durou muito. Contudo, à esta altura deputados, senadores e Governo já estavam com seus planos de ampliação de gastos prontos, e a pressão para extrapolar a Lei do Teto de Gastos foi inevitável. Neste momento, apreensão geral com o equilíbrio do orçamento.
A PEC dos precatórios foi vista como um rompimento de contrato e criou um clima de desconfiança. Insegurança jurídica é coisa séria.
Por fim, as reiteradas ameaças ao poder judiciário e a convocação, ambas feitas pelo próprio Presidente da República, para que as pessoas participassem de atos com viés antidemocrático, acirraram as diferenças entre a população, aumentaram a animosidade e elevaram a temperatura.
Traduzindo para o mundo dos investimentos, nessas horas a tendência é tirar o dinheiro da Bolsa e migrar para a renda fixa, de preferência curta, ou até mesmo para outro país.
Como diria Doutor Ulysses Guimarães: “A cada dia sua agonia”.